Conheça os 10 pontos importantes que vão ajuda-lo a
estruturar o seu projeto de governança corporativa básica.
Jerônimo Mendes.
Em primeiro lugar, vale dizer que não é mais necessário inventar a roda.
Depois de tudo o que já vivemos e conquistamos, basta utiliza-la com sabedoria.
O termo “governança corporativa” ainda assusta, entretanto, é mais simples do
que se imagina.
Na definição do IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, o
termo define bem o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas,
envolvendo os relacionamentos entre Acionistas, Conselho de Administração,
Diretoria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal.
De maneira geral, as boas práticas de governança corporativa têm a finalidade
de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir
para a sua perenidade com base em quatro princípios importantes: 1)
transparência; 2) equidade; 3) accountability (prestação responsável de contas);
4) responsabilidade corporativa.
Obviamente, uma PME (Pequena e Média Empresa) não consegue levar isso ao
pé-da-letra, entretanto, precisa pensar sobre isso. Como eu digo sempre, quando
você é pequeno, ninguém se importa, entretanto, quando você começa a incomodar
os grandes, eles vão querer bater em você o tempo todo.
O papel da governança corporativa é simples e diz respeito ao seguinte:
1) Administração de riscos: qual é o investidor ou o sócio que vai colocar
dinheiro no negócio para perder;
2) Perenidade: ninguém deseja abrir uma empresa para fechar daqui a cinco ou
dez anos;
3) Poder compartilhado: distribuição ponderada da autoridade e da
responsabilidade entre diferentes sócios, executivos e membros do conselho;
4) Geração de valor: o que a empresa vai produzir de fato para todos os
stakeholders (sócios, clientes, governo, empregados, fornecedores e a sociedade
em geral).
Em geral, as PMEs não têm cultura nem dinheiro para implantar um sistema
básico de governança corporativa, pois, grande parte delas precisa concentrar o
seu tempo nas necessidades mais prementes e na sobrevivência do negócio.
Tudo isso é importante e necessário, mas como fazer para implantar a ideia na
sua empresa? A voz da experiência: vá por partes, mas não deixe de fazê-lo. A
maioria das grandes empresas começou da mesma maneira e evoluiu com o tempo.
O modelo IBGC seria ideal, porém, como eu disse anteriormente, pensar em
governança ao mesmo tempo em que você tenta sobreviver no mercado não é fácil.
Pensando nisso, eu desenvolvi um Sistema de Governança Corporativa Simplificado,
o qual poderá ser implantado por etapas.
Na medida em que a empresa for crescendo, não tem como fugir disso, porém, se
você tentar implantar tudo de uma vez, há uma grande chance de se perder no
caminho e se desmotivar. Para evoluir nos negócios é necessário evoluir também
na gestão.
Vejamos os principais pontos a serem abordados:
1) Acordo Societário: é a primeira coisa que você deve se preocupar quando
têm sócios; retiradas, pró-labores, entrada e saída da sociedade, admissão ou
não de parentes; é, em geral, o ponto da discórdia em caso de dissolução da
sociedade.
2) Estrutura Organizacional: o mínimo que se deve fazer para evitar
sobreposições de cargos e funções; quais são os níveis hierárquicos necessários
para que cada um saiba exatamente o seu papel na empresa.
3) Matriz de Responsabilidade: quem faz o quê? Quem responde a quem? Qual é
o papel de cada área definida na estrutura organizacional?
4) Planejamento Estratégico: quem não sabe para onde vai qualquer lugar
serve; visão, missão, valores, diretrizes principais; objetivos, metas,
indicadores, plano de ação; o seu posicionamento estratégico no mercado?
5) Políticas Organizacionais: todas as áreas precisam definir suas regras ou
diretrizes de relacionamento com clientes, fornecedores, empregados e sócios;
sem padronização não há coesão.
6) Processos bem definidos: a maneira como as coisas devem ser feitas para
não criar dependência das pessoas; o modus operandi de cada processo ou
atividade dentro de determinados padrões de qualidade e eficiência;
7) Plano de Cargos e Salários: pode estar inserido na política de recursos
humanos e quando não existe, os critérios de admissão, treinamento, promoção e
demissão ganham um caráter injusto e subjetivo incapaz de atender os interesses
internos.
8) Controle e Monitoramento: quais os principais indicadores de sucesso do
negócio? Você tem um ERP (software) básico para controle das suas operações? O
seu contador aparece de vez em quando para discutir os resultados? Sua empresa
tem um sistema de controle de relatórios gerenciais? Você compartilha os
resultados com a equipe?
9) Conselho de Administração: você não precisa necessariamente montar um
conselho como recomenda a Lei das S/A, entretanto, se os negócios estão em
família, isso não o impede de reunir os membros periodicamente para discutir os
resultados e definir os rumos do negócio; a prestação responsável de contas
recomenda que tudo seja compartilhado, não apenas os resultados, mas a
atribuição de responsabilidades.
10) Auditoria: quer estabelecer um caráter de seriedade para o negócio? Já
pensou em submeter o negócio a uma Auditoria Externa uma vez por ano? Faça isso
não apenas para demonstrar a seriedade, mas para corrigir as falhas que, mais
dia, menos dia, tendem a atrapalhar o desenvolvimento do negócio.
Na prática, não basta dizer que tem, mas é necessário demonstrar todos os
dias que a gestão da empresa não se restringe apenas a um ou outro sócio.
Empresas responsáveis demonstram isso por meio de prestação de contas e
compartilhamento das informações com frequência a fim de se manterem vigilantes
perante as incertezas do mercado.
Pense nisso e empreenda mais e melhor!
Fonte:
Administradores.com
As matérias aqui
apresentadas são retiradas da fonte acima citada, cabendo à ela o crédito pela
mesma.
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